Nascido em 24 de janeiro de 1880, em Guaratuba, e
desencarnado em 4 de fevereiro de 1958,
em Curitiba. Ainda jovem e com grandes pendores literários foi um dos
fundadores da Federação Espírita do Paraná, representando ao mesmo tempo os
Grupos Espíritas “Allan Kardec” e “Luz nas Trevas”, da cidade de Antonina.
Desde logo passou a participar da Diretoria sendo seu primeiro cargo o de 1º
Secretário, em 31 de agosto de 1902. Sempre em atividade integrou a Comissão
fiscal em 1906. A 20 de janeiro de 1907 foi eleito presidente e reeleito em
Dezembro do mesmo ano. De 1908 a 08 de janeiro de 1911 foi Secretário Geral e
em 1912 e 1913, eleito e reeleito Presidente. Autor de um trabalho enviado ao
Congresso alemão sobre mediunidade, foi um
dos preparadores e participantes do Congresso Espírita reunido em Ponta Grossa
em 1915. Exerceu além de outros cargos o de Secretário Geral, de 17 de janeiro
de 1915 a 14 de janeiro de 1917. Permaneceu no Conselho até 13 de julho de 1919
e sua última presença na Secretaria Geral foi em 1921. Sua vida pública foi intensa e entre outras
funções de relevo exerceu o cargo de Prefeito de Paranaguá. Durante o longo
período em que pertenceu aos quadros da Federação, especialmente como
Secretário, muito realizou em favor da causa espírita. Teve grande projeção no
meio jornalístico paranaense e foi um gigante das letras nas colaborações que
prestou durante sua existência. A revista trimestral do Instituto Histórico e
Geográfico do Paraná, nº 13 de 1958 com 36 páginas foi toda ela dedicada a
homenagear Vicente Nascimento Júnior como era mais conhecido. Desta revista foi
retirada a seguinte biografia: "Vicente Nascimento Júnior Membro do
Instituto Histórico e Geográfico de Paranaguá, da Academia Paranaense de
Letras, do Instituto Histórico, Geográfico e Etnográfico do Paraná, do Centro
de Letras e da Academia José de Alencar. Vicente Nascimento Júnior, nascido na
vila de São Luís de Guaratuba, mas criado e educado em Paranaguá. Nasceu a 24
de janeiro de 1880, filho do casal Vicente M. Nascimento e Maria Júlia da Silva
Nascimento. Faleceu em Curitiba a 4 de
fevereiro de 1958. Frequentou escolas primárias: a da sua progenitora e a do
Professor Alfredo Alves da Silva, onde prestou exames finais. Começou a vida
prática no comércio, inclusive na Capital do Estado, passando depois a exercer
a sua atividade jornalística no "Diário da Tarde", na "A
República", "Tribuna" (Redator Secretário) e "Comércio do
Paraná" (como diretor). Iniciando sua vida pública serviu como oficial de
gabinete do Secretário da Agricultura. Mudando sua residência para Antonina,
serviu como Secretário da Prefeitura e da Câmara, e nessa cidade fundou seu
primeiro jornal "O Município". Como funcionário estadual acompanhou a
missão Yonosuke Yamada, que fundou a primeira colônia de Japoneses em Cacatú,
naquele município. Tendo alguns órgãos de imprensa combatido essa colonização
por julgarem inassimilável à sociedade bra- sileira, defendeu-a como fator de
trabalho inteligente e produtivo, e sobre os aspectos etnográficos e
sociológicos, logrando seus artigos serem reproduzidos numa revista de Tókio
com a tiragem de um milhão de exemplares. Retornando a Paranaguá desempenhou
cargos públicos municipais e integrou a redação do "Diário do
Comércio", por várias vezes. Aqui fundou com o Dr. Hugo Corrêa e Professor
Manoel Viana o Instituto Histórico e Geográfico de Paranaguá. Por nomeação do
Interventor Federal exerceu, em 1948, o cargo de Prefeito de Paranaguá,
aposentando-se com 33 anos de grandes serviços ao Estado e municípios. Sua
produção literária foi vasta, estando
dispersa em jornais e revistas, e folhetos. Elevado a sócio honorário do Clube
Literário, por serviços à cultura, e do Rotary Clube de Paranaguá, e de
diversas outras instituições. De suas
diversas publicações destacam-se "Gabriel de Lara", estudando a
individualidade desse bandeirante e 1º capitão-mor de Paranaguá e o drama
histórico "A Conquista do Itiberê", em homenagem ao tricentésimo
aniversário do município em 1948."
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