Clube
Republicano
*130 Anos*
História e Tradição
A SITUAÇÃO POLITICA DO BRaSIL / IMPÉRIO - ADVENTO DA REPUBLICA
Para se entender a formação dos Clubes
Republicanos, temos que voltar alguns anos da Proclamação da República, de modo
a tomarmos conhecimento do processo histórico Republicano. Não é fácil,
compulsando a Literatura, traçar um perfil dos últimos anos do Império, devido
as grandes controvérsias sobre a imagem do Imperador D. Pedro II. Também não se
pode falar em República sem tomar conhecimento das atitudes do nosso Imperador,
devido a estrema facilidade com que se destruiu a Monarquia. D. Pedro, criado
sem seus pais, era entregue para a sua educação a diversos professores sob a
orientação de uma Condensa e o comando político a cargo de José Bonifácio de
Andrade e Silva. Mas, o período tumultuado das regências chegaria a ponto de um
precipitado comando de D. Pedro II dando unidade ao Império que aos poucos se
esfacelava. De fato, a figura do garoto, do moço e mais tarde do homem maduro,
trouxe ao Brasil maior equilíbrio e relativo progresso. Estudando o longo
reinado de D. Pedro II, verificamos que em certos pontos ele tendia para um
grande estadista, pois, inúmeros países sabedores de sua capacidade e senso de
justiça o convidavam para árbitro de questões internacionais; outras vezes
parecia-lhe faltar aptidão política ou mesmo indecisão para o uso do poder que
tinha nas mãos. Era honesto sob todos os pontos, sincero com os deveres
familiares, excelente patriota; desprendido pelo dinheiro pois os moços que
sustentava em busca de melhores ensinamentos, seriam pagos pelo próprio
vencimento de Imperador, não admitia a desonestidade e muito menos a falta de
compostura moral. A sua bondade era tão alta quanto a sua cultura, mas quando
dava a sua negativa, era preciso muito para o seu convencimento. Mas, o Império
era totalitário, as eleições procedidas a bico de pena, davam ainda a chance do
Imperador escolher de uma lista, quem deveria fazer parte do Parlamento. No
final do império, D. Pedro padecia de uma possível forte esclerose cerebral, o
que todos os adeptos do republicanismo sentiam medo de certo dia. serem
acordados com um novo mandatário estrangeiro, devido a sucessão da coroa
brasileira. Assim evoluía o processo republicano que parecia ter aparecido nos
fins do século XVIII quase um século antes da instituição da República. Mas, D.
Pedro II, contava com um dos homens mais admiráveis que o Brasil possuiu, era o
Barão e depois Duque de Caxias, que sempre nas horas difíceis dava a
estabilização ao Império. A este verdadeiro herói nacional, que quando tenente
ensinava o garoto D. Pedro a terçar espada ou esgrima, recebeu também uma das
poucas injustiças praticadas por D. Pedro nos quase cinquenta anos de reinado.
Da época do 1.° reinado até a ascensão ao trono em 1840, tudo parecia normal, o
garoto imperador pela sua educação sabia 0 que queria, já distribuía as tarefas
para seus assessores, conselheiros e ministros, deve então desde início ter conhecido
0 totalitarismo imperial. Parece que o sonho republicano, continuou no
adormecimento, porque a questão de rivalidade com os povos de língua espanhola;
o tráfico de escravos e a famosa questão Christie davam a união entre os
brasileiros e seu Imperador. Mas, todos os Impérios das América caiam aos
poucos, acompanhados pelos 18 de Brumário do velho mundo; em 1861, Lincon,
fazia reverter o sentido moral da República de Washington. Este conjunto de
fatos e mais as causas puramente internas levariam 0 país a um novo regime, a
República. As principais causas internas que ajudaram a proclamação da
República, podemos assim simplificar: 1 —Guerra
contra O Paraguai—No dia 14 de maio de 1811, 0 Paraguai declara sua
independência do jugo espanhol, constituindo-se na República Oriental do
Paraguai, com um governo absolutista comandado pelo ditador Francia El Supremo.
Em 20 de setembro de 1840 falece o ditador, é posto no governo Carlos Antônio
Lopes que continuou a obra de Francia. No dia 10 de setembro de 1862 falece
Lopes, para então assumir no dia 16 de outubro seu filho Francisco Solano
Lopes. O Brasil, foi o primeiro país a reconhecer o governo Paraguaio e iniciou
uma série de ajuda, principalmente militar, mandando uma missão comandada pelo
General Cabrita. Mas Solano Lopes, por razões diversas não suportava o
Imperador D. Pedro II, então a 11 de novembro prenderam o Coronel Frederico
Carneiro de Campos que deveria assumir o governo de Mato Grosso e ainda manda
invadir o território brasileiro ocupando Miranda, Corumbá, Albuquerque, Coxim e
Nioac. D. Pedro II, com sua paciência não tinha outra alternativa se não
declarar guerra ao Paraguai. O Brasil escreve durante esta guerra uma das mais
belas páginas de sua história, tendo a frente o nosso Duque de Caxias. No final
da guerra contra o Paraguai, inicia a queda do Império brasileiro. Os oficiais
que voltavam, ainda escutavam que a única não que era Império totalitário na
América era o Brasil e seu exercito era formado por escravos mandados para o
fronte à força. Os oficiais que desgraçadamente se sujeitaram as vicissitudes
da guerra, eram preteridos em suas promoções por simples pedidos de ministros
ou parlamentares que ocupavam os lugares nos Ministérios Militares. O
descontentamento contra estes atos do Imperador entrava nas forças armadas,
culminando no final da guerra quando da troca do herói Caxias pelo genro Conde
D'Eu. 2—Questão Militar: Tudo
começou quando o Marques de Paranaguá apresentava um projeto dispondo sobre o
montepio obrigatório aos civis e militares, o que o Tenente Coronel Sena
Madureira pela imprensa discutia a validade do projeto, sendo chamado atenção
pelo Ministro Civil da Guerra, mas o projeto foi arquivado por ser
inconstitucional. Isto calou fundo nas forças armadas, onde já reinava o descontentamento.
Pouco mais de um ano, o Coronel Cunha Mattos seguiu para Piauí para proceder
uma inspeção na Companhia de Infantaria Isolada. Na sua volta solicitou a
apuração das irregularidades lá verificadas. Na Câmara, o Deputado Simplício
Coelho Rezende atacou violentamente o Coronel Cunha Mattos, que se defendeu
pela imprensa. Mas existia um aviso Militar que um oficial não podia tomar a
iniciativa de ofender um camarada, sob pena estabelecida nos regulamentos
militares.Nos dias 2 e 17 de agosto de 1886, o general Câmara passou a defender
o Exército, procurando provar o desacerto do Ministro Civil da Guerra. A favor
do Coronel Cunha Mattos, no Senado, o Senador Pelotas desfiava grandes
discursos contra o Ministério, estava caracterizada a questão militar. Em 1884
comandava a Escola de Tiro em Campo Grande o Tenente Coronel Sena Madureira e
assumia o Ministério da Guerra o Senador Maranhense Felipe Franco de Sá. A
Associação Libertadora Cearense mandava em jangada o Senhor Francisco
Nascimento, cuja excursão seria parte do movimento dos jangadeiros para não
mais desembarcarem escravos no Ceará. O Coronel Sena Madureira em homenagem ao
cearense desfilou com toda Escola de Tiro. Sendo destituído do cargo de
Diretor, foi transferido para a Escola de Tiro de Rio Pardo no Rio Grande do
Sul. Ao chegar naquela Província aliou se ao jornalista Júlio de Castilhos e
passou escrever no jornal, criticando a ação do ex ministro da
guerra.Interpelado o General De odoro da Fonseca. Comandante das tropas
sediadas no Rio Grande do Sul responde favoravelmente ao Tenente Coronel
pertencente a seu exército. O Ministro da Guerra desesperou, o Senador Pelotas
atacandoo diariamente da Tribuna do Parlamento; 0 General Deodoro que
desfrutava excelente liderança no Exército declarava-se favorável aos
militares; Júlio de Castilhos, uma das melhores penas do Rio Grande do Sul, em
seu Jornal criticavam escrevendo um artigo esperado com ansiedade no Rio de
Janeiro. intitulado " Arbítrio e Inépcia", com ataques violentos a
Monarquia. Agora o Exército estava completamente cíndido.Sena Madureira não
conformado com a repreensão pública procedia pelo Ministro da Guerra, recebia
um apoio de todas as forças armadas do Rio Grande do Sul cuja reunião foi
proposta por generais aposentados. O Ministro da Guerra sabedor desta reunião
interpelou o General Deodoro e este assumiu toda a responsabilidade. O Ministro
Cotegipe telegrafa a Deodoro ponderando que ele esta fazendo o jogo dos
republicanos; Deodoro responde que não e verdade e que o Ministério quer
oprimir o Exército brasileiro. Morre o General Ozório em uma missa em sua
memória, o General Câmara altamente estremecido com Deodoro, atravessa a nave
da Igreja e vai abraça dizendo que de homens como ele é que o Exército precisa.
Quase todas as unidades do Exército espalhados no Brasil hipotecam
solidariedade ao seu líder, General Deodoro da Fonseca.Deodoro é transferido
para o Rio de Janeiro, lá chegando escreve a seu amigo Imperador D. Pedro II,
pedindo clemência aos militares punidos: a resposta logo veio com sua demissão
do cargo de Quartel Mestre General, incluindo o na tropa. Mais adesões chegavam, o Império
tremia, tudo estava nas mãos do General. Deodoro e o Senador Pelotas contando
com o apoio de Rui Barbosa lançam um manifesto a Nação, parecia que o Império
cairia foi quando o Senador Saraiva propôs uma Comissão composta dos Senadores
Ouro Preto e Silveira Martins para apresentarem uma Lei que com urgência votada
dava ganho de causa aos militares punidos. A moção de Silveira Martins teve somente
três votos contrários. O governo Imperial entrava em agonia.3—Questão Religiosa: Em 1854, o
Senador Nabuco, conhecendo a decadência desenfreada do clero, obtém permissão
do Imperador e de alguns Bispos para propor a contenção da crise na Igreja
Católica, extensivas aos Conventos onde reinava a indisciplina, a falta de
hierarquia o desbaratamento dos bens, as cabalas, o prevaricamento, a mentira,
a farra, tudo que Cristo condenou. O relatório do Senador, deixava o mundo
católico perplexo e não tardaria vir a reação da Igreja contra este estado de
coisas. Chegando da Europa o Bispo D. Vidal de Oliveira, assumia o Bispado de
Olinda e iniciou o expurgo na Igreja Católica; recebendo o apoio do Bispo do
Pará D. Antônio de Macedo Costa. Agora, os dois unidos combatiam os padre e
bispos que pertenciam a Maçonaria; abjuravam aquela doutrina ou saiam da
Igreja. O Presidente do Conselho de Ministro, Visconde do Rio Branco era também
o Grão Mestre da Maçonaria brasileira então, reuniu o Conselho e condenou dois
Bispos. Presos, vieram para uma Fortaleza no Rio de Janeiro, o clero brasileiro
se levantou contra o Império, onde existia uma Igreja, os padres e bispos
cantavam louvores contra a atitude do Império, cujos Bispos estavam jogados nas
masmorras comandadas pelo Visconde do Rio Branco. A pressão católica contra o
Império era demais, foi quando o Imperador chamou Caxias para formar novo
Ministério e consequentemente ser o seu Presidente. O nosso Duque sabia que o
Imperador era contrário a anistia, mas Caxias não desistiu jogou todo 0 seu
prestigio pessoal da seguinte maneira, "anistia ou minha demissão".
No dia 17 de setembro de 1875 era assinada a anistia, o Duque de Caxias mais
uma vez salvava o Império, o final cada vez se estreitava. 4 Escravidão—
O primeiro passo para a libertação dos escravos foi sem dúvida durante a Guerra
do Paraguai, quando D. Pedro II para reforçar as tropas brasileiras assinou a
lei dando liberdade ao escravo e a mulher para que fossem para o fronte
paraguaio. Por iniciativa do Visconde do Rio Branco tendo a assistência do
paranaguense Correia Netto, D. Pedro assina a lei do Ventre Livre N.° 2040 de
28 de setembro de 1871. Somente no dia 8 de maio de 1888 foi apresentada pelo
Ministro da Agricultura Rodrigo Augusto da Silva, em nome da Princesa Isabel a
Lei que declarava livre todos os escravos do Brasil e sancionada no dia 13 de
maio. Não mais existia a escravidão, entretanto a abolição foi um tanto
filantrópica e emocional, não houve uma proteção para o futuro. Se a Lei deu
liberdade, esqueceu de integrar o negro na comunidade, nada se fez para saírem
da miséria e ignorância. A agricultura entrou em declínio, a pecuária caiu,
dias depois o Império ruiu. Esta era a situação do Brasil agravada ainda com a
doença do Imperador D. Pedro II e a insatisfação do povo brasileiro em entregar
a nação para um príncipe estrangeiro.Vejamos o que diz Silva Jardim na Gazeta
de Notícias, no dia 6 de janeiro de 1889:
"Todos percebemos que esse terceiro reinado
será para a nossa terra a triste época em que, ao lado da desordem
administrativa, da orgia financeira e da política corruptora, característicos
do governo do imperador moribundo . . ."Ou então, vejamos o que
diz " A Revolta" de Campinas em 23 de julho de 1888, em artigo
assinado por Saint Just:" Os Orleans são gananciosos,
avarentos, verdadeiros Harpagões. O Conde D'Eu no Rio de Janeiro explora a
pobreza, alugando-lhes quartos imundos, infectos, sem ar nem luz; envenena a
classe operária do Rio nos seus cortiços, que Ihes rende muito bom cobre . . ."Apesar de durante os dois últimos reinados
brasileiros terem havido esboços para a introdução da República, tudo se
iniciou em 1870 quando um grupo de republicanos se reuniu em Itú na Província
de São Paulo e lançaram o tão decantado " Manifesto de Itú".O Manifesto
Republicano, que vem a público no dia 3 de dezembro de 1870 pelo jornal "A República" lançado pelo Clube
Republicano do Rio de Janeiro diz: "Neste pais, que se presume constitucional, e onde só deveriam ter ação
poderes delegados, responsáveis, acontece por defeito de sistema, que só há um
poder ativo, onímodo, onipotente, perpétuo, superior á lei e á opinião, e esse
é justamente o poder sagrado, inviolável e irresponsável. O privilégio, em
todas as relações com a sociedade tal é, em síntese, a fórmula social e
política do nosso País, privilégio de relegião, privilégio de raça, privilégio
de sabedoria, privilégio de posição, isto é, todas as distinções arbritárias e
áticas que criam no seio da sociedade civil e politica a montruosa
superioridade de um sobre todos ou de alguns sobre muitos."
PARANAGUÁ A SEMENTE DA
DEMOCRACIA NO BRASIL
Paranaguá
foi dos primeiros que se manifestou para o evento da República, devido o
desassombro de seus filhos. Diz o Professor Manoel Viana: "A semente primeira da "Democracia" no Paraná, chantou-se
em nossa Paranaguá; no fértil campo do jornal hebdomadário "Operário da
Liberdade", fundado em 1870." Este jornal, dirigido por Barros Júnior, apareceu
sem dúvida antes do "Manifesto de Itú", apesar de sua pouca duração,
deixou escrito que o Brasil deveria abandonar o Império e se dirigir para a
democracia. A propaganda Republicana em
Paranaguá, não parava, quanto mais o Brasil se afundava em suas crises mais
adeptos ganhavam os republicanos. Até que em 7 de julho de 1883, um grupo de paranaguenses
tendo a frente Fernando Machado Simas, João Eugênio Machado Lima e Guilherme
José Leite, resolveram fundar um jornal denominado "O Livre Paraná".
Vários colaboradores do novo Jornal deixaram suas marcas no processo
republicano tais como: Nestor Victor dos Santos, Albino José da Silva e Joaquim
Soares Gomes. O combativo jornal, estampava em sua primeira página seguinte
dístico:
Povo ! Tu pareces pequeno porque estás de joelho, Levanta te!
A dificuldade de sustentar financeiramente o jornal,
cada dia se agravava devido as perseguições políticas, foi quando os redatores
procuraram propagandas tais como: "Nova York, Companhia de
Seguros" "Companhia de Navegação Paulista, responsável pelo paquete Aymoré"
"Grande Hotel Mostaert & Cia, que oferece preços cômodos"
"Bernardo Soares, vendedor de agulhas e correias para maquinas"
"Águas Sulfurosas e remédio contra gonorréia oferecida por Teixeira e
Irmão" " Laboratório Farmacêutico Simas" "Farmácia Simas". A certeza que as doenças afetavam os partidários
do Império ou da República, os remédios figuraram sempre como os maiores
anunciantes nos jornais republicanos. O Livre Paraná, tendo como diretor
Fernando Simas, publicava um subtítulo sugestivo "Echo Republicano".
Era doutrinador do novo regime, naturalmente sofrendo perseguições, passou ao
ataque, o que abreviaria a saída do diretor e pouco mais tempo o fechamento do
jornal fundado com o símbolo de paz e amor ao novo regime que logo se
instalaria no Brasil. Desde 1881, Paranaguá liderava em toda a Província a
propaganda republicana, solicitava que todas as localidades fundassem núcleos
onde professasse a idéia e propaganda republicana. Foi quando, publicaram a
"Declaração Republicana Paranaguense", assinada pelos cidadãos:
Fernando Simas, Mauricio Sinke, Guilherme José Leite, Camilo Antônio Laines
Filho, Manoel Bonifácio Carneiro, Bernardo Soares Gomes e Ricardo Antônio da
Costa. Em 1882, a luta tornava mais acirrada e novos seguidores da idéia
republicana cerravam fileiras com aquele punhado de homens. Foi quando
resolveram soltar as ruas o "Manifesto aos Paranaguenses", assinado
pelos seguintes cidadãos: Fernando Simas, Mauricio Sinke, Guilherme J. Leite,
Camilo Antônio Laines Filho, Bernardo Soares Gomes, Pedro Aloys Scherer, Manoel
Alves Magalhães, Manoel Claro Alves, Vicente M. do Nascimento, Nestor Antônio
da Costa, José Vieira de Sales, Manoel Lucas Evangelista, Manoel José Correia,
Caetano José Lima, Cipriano Gonçalves Marques, Luiz José da Silva, Candido de
Oliveira Salgado, Custódio R. Viana, Manoel Policarpo de Sales, Luiz Antônio
Xavier, H. Hurlemann, Antônio Tavares de Miranda, Joaquim Belém de Oliveira,
Manoel Correia de Freitas, Augusto Alípio da Costa e Silva e Manoel da Costa
Lisboa.A luta não parava, as doutrinações eram diárias, às vezes parecia
recrudescer, mas em pouco tempo voltava com mais ímpeto, assim, novos adeptos
apareciam, os seguidores aos poucos se avolumavam. Os desmandos desde a casa
Imperial até o município contavam com a vigilância dos republicanos, o Império
enfraquecia, a República galopava e Paranaguá havia de mais se destacar neste
emaranhado político. No inicio do século XIX. Florescia em todo o Brasil uma
sociedade muito conhecida por pedreiros livre obedecendo o rito escocês antigo
e aceito. Em Paranaguá no dia 21 de março de 1837 0 nome da Loja Maçônica União
Paranaguense. "Os primeiros maçons que naturalmente tiveram sua iniciação
em outra Loja foram: Manoel Francisco Correia Júnior, Manoel Antônio Pereira
Júnior e Joaquim da Cunha Viana. Não se pode precisar a sua duração, é possível
que estivesse adormecida por alguns anos, até que em 1864 um grupo de
paranaguenses resolveu levantar as colunas com o nome de "Perseverança"
cuja existência foi cheia de benefícios prestados a causa pública no decorrer
de mais de 120 anos. Nas suas reuniões, tudo se discutia, até que alguns
passaram a doutrinar o republicanismo. Mas, como sempre foi uma sociedade
fechada, os reclamos contra a situação do Império continuavam a ficar dentro do
próprio Templo. Os próprios membros da Maçonaria chegaram a conclusão, como não
se pode trazer o povo para dentro da Maçonaria, os seus filhos podem
perfeitamente fazerem pregações para o estabelecimento do regime republicano,
em outro local onde a comunidade possa ter acesso, possa participar, possa
gritar que o Brasil precisa sair do Império. Assim, conseguindo uma sala no
sobrado de número 37 da atual rua XV de Novembro, os maçons se reuniram, para
formarem um Clube Republicano iguais aos muitos espalhados em todo o Brasil.
FUNDAÇÃO DO CLUBE REPUBLICANO
DE PARANAGUÁ.
A Ata de
instalação escrita por Nestor Victor esta assim:
"Presentes as oito
horas e um quarto da tarde, diversos cidadãos que se haviam reunido com fim de
instalar o Clube Republicano, foi aclamado para presidir a reunião o cidadão
Fernando Simas, que aceitou e convidou o cidadão Nestor Victor para servir de
Secretário. Abrindo a sessão disse o cidadão presidente que ao se proceder a
leitura da declaração seguinte, seria assinado por todos que se achassem
resolvidos a cumprir com os deveres da que se obrigou todos aqueles que a
assinarem.
"Presentes os
cidadãos abaixo assinado, declaram aderir francamente ao manifesto republicano
de 3 de dezembro de 1870, desligando-se completamente de qualquer compromisso
que até hoje tenham mantido com os partidos monárquicos constitucionais,
fazendo esta declaração espontaneamente e debaixo de sua palavra de honra.
Fernando Machado Simas - Nestor Victor dos Santos -
Guilherme José Leite - Julio Cezar Peixoto Fernandes- José Ferreira de Campo -
Benedito Antônio Guilherme - Francisco José de Souza - José Gonçalves Lobo -
Theobaldo Dacheux - Cezalpino Luiz Pereira - Germano Augusto Pirath - Manoel
Figueira Neto- Manoel Lucas Evangelista - Luiz Mariano de Oliveira - Geraldo
Devisé -Joaquim Guilherme da Silva."
E para maior clareza, o cidadão Secretário
procedeu a leitura do Manifesto de 3 de dezembro de 1870, para que todos os
cidadãos presentes conhecessem perfeitamente todas as idéias de que, como na
Declaração acima vem-se tomando aderente. E achou-se perfeitamente de acordo
com o que do Manifesto consta e resolvidos a cumprir aquilo a que com a
declaração acima se obrigam, todos os presentes subscreveram-se.Em seguida
pediu a palavra o sócio cidadão Guilherme Leite que expos a importância d'
aquele momento de declara-se francamente republicanos, tinham a cumprir. Usam
depois a palavra o sócio cidadão Francisco José de Souza que em breve alocução
manifestou o jubilo de que achava possuído em poder presenciar a criação do
Clube que naquele dia se instalava, a vista de quanto isso significava. Passou
se depois a tratar da eleição para um Presidente e um Secretário provisórios
que funcionaram até que se tenha organizado os estatutos porque se há de reger
a associação. Distribuídas as cédulas e procede-se a eleição obteve-se o
seguinte resultado:
Para Presidente:
Guilherme José Costa Leite, 7 votos
Fernando M. Simas, 2 vatos
Francisco José de Souza, 2 votos
Theobaldo Dacheux, 1 voto
Para Secretário:
Nestor Victor,
7votos
José Gonçalves Lobo, 1 voto
Theobaldo Dacheux, 1 voto
Em vista de cujo resultado, declarou o cidadão
presidente achar se eleito para o cargo de Presidente provisório o cidadão Guilherme
José Leite e para Secretário provisório o cidadão Nestor Victor. Em seguida
disse o cidadão presidente, que havendo necessidade de formularem se os
estatutos do Clube, nomeava para este fim uma comissão composta dos cidadãos
Guilherme José Leite, Francisco José de Souza e Nestor Victor, tendo de
apresentar esse trabalho na sessão próxima que seria anunciada. Feito isto,
lembrou o cidadão presidente que, estando próxima a eleição para deputado
provinciais e sendo de estilo e de disciplina entre os republicanos maiores de
18 anos, era conveniente que desde já o Clube que naquele dia se instalava
desse sinal de existência procedendo-se a eleição para um deputado provincial
que, sendo apoiado, foi posto em prática obtendo-se da eleição o seguinte
resultado:
Para Deputado Provincial:
Jorge Desmarais, 8
votos
José Correia de Freitas, 1
voto
Mauricio Sinke 1 voto
Ficou assim eleito pelo Clube Republicano de
Paranaguá para Deputado provincial na próxima
legislatura o cidadão Dr. Jorge Desmarais. O Clube
Republicano devagar dava seus passos, a oposição era demais contra os seus
associados. Aqueles que tinham a vida formada menos sentiam, outros, devido se
destacarem pela capacidade intelectual sofriam demais. Fernando Simas, foi tão
pressionado que até boicote sentiu em seu estabelecimento comercial, não deixou
de ser um republicano autêntico, fazia palestras, resumia as noticias nas
reuniões do Clube, passava a doutrinar outros importantes cidadãos, mas seu
futuro estava tão difícil que foi obrigado a deixar Paranaguá. Nestor Victor,
cuja fulgurante oratória trazia para palestras no Clube o Dr. Dória, o De Freitas,
o Soares Gomes e tantos outros que desejavam melhores dias para o Brasil.
Sentiu a dificuldade em viver na sua terra, mudou-se para o Rio de Janeiro onde
ocupou cargos importantes, para se realizar na Embaixada Brasileira em Paris.
Com tudo, o Clube Republicano recebia novos adeptos, não fechava suas portas, a
têmpera dos homens que fundaram era transmitida aos novos que aderiam a idéia
de mudar o regime político administrativo no Brasil. A visita da Princesa
Isabel à Paranaguá, muito desgastou os republicanos perante a opinião pública,
o trabalho de catequese mais o desacerto do poder público fazia que em breve
recuperassem seu lugar na sociedade paranaguense. Chegou o 15 de novembro, os
fundadores do Clube Republicano exultavam mas com o devido respeito para com os
seguidores de D. Pedro II. No dia 13 de novembro a Câmara de Paranaguá fazia
sua última sessão como monarquista, para nos próximos dias abrir a sessão como
republicanista, com alguns camaristas inconformados. No dia 17 de novembro, sob
a Presidência de Theodorico Julio dos Santos e com a presença dos camaristas
João Guilherme Guimarães, José Silveira Borges, Manoel Francisco de Souza,
Manoel Lobo de Andrade, Francisco Norberto dos Santos, José Pinto de Amorim e
Antônio Hermenegildo Gomes, abria a sessão da Câmara já republicana e com
convite para a população assistir a referida sessão. De início levantaram vivas
a República, foi quando o Sr. Albino José da Silva republicano do Clube
proferiu um eloqüente discurso em louvor a nova forma de Governo brasileiro.
Era o fruto daquela plêiade de mocos que num rasgo de altivez destemor fundaram
o Clube Republicano.Se Deodoro proclamou a República, agora o nosso Clube
entrava numa difícil fase pois, já não havia motivos para a sua existência.
Mas, ele estava tão arraizado em Paranaguá, que a Diretoria comandada por
Joaquim Guilherme da Silva, resolveu não deixa-lo morrer. Mas, era evidente que
o compadecimento na séde a rua XV de Novembro n.° 37, com o tempo diminuía
consideravelmente, foi quando uma Diretoria que se perdeu no tempo, resolveu
transformar aquele Clube que preconizava somente a República em Clube de
Recreação. Estava salvo o Clube que tomaria o nome de Republicano Recreativo.
Os republicanos autênticos aplaudiram a idéia e os próprios sócios do
tradicional Clube passaram a fazer parte de uma sociedade também de lazer. As
constantes festas, os memoráveis bailes, os recitais faziam que o Clube
passasse a se destacar, pois era mais modesto e menos exigente para abrigar
novos sócios. Entrava o ano de 1890, a qual seria eleita a diretoria encabeçada
por Albino Silva, fazendo então uma abertura que haveria de marcar época na
história do Republicano Recreativo. Fundado por uma série de moços e moças, no
ano de 1887, um Clube que além de bailes para seu pequeno quadro associativo,
cultivavam a arte do teatro ensinando e representando os dramas, as comédias,
os monólogos, as declamações. Conta Manoel Viana, que durante os bailes, a meia
noite, o conjunto musical " Manoel Zé" interrompia, para os
associados oferecerem chá com fatias de pão de ovos, depois reiniciava o baile
no salão localizado na parte inferior da residência do Sr. Camilo Laines sito a
rua Faria Sobrinho. O teatro dos Voltijadores da Época, como era conhecido,
tinha como participantes os moços Henrique, Leandro e Nicolau Dacheux, Otavio e
Euripedes Branco, Francisco Timotio Silva, Henrique Veiga, Manoel Claricio de
Oliveira, João Bernardinho, Francisco Guimarães, João Estevão da Silva Júnior,
Manoel Gonçalves Maia Junior, Antônio Carlos da Silva, Hermogenes Vidal,
Joaquim Pinto de Amorim e outros que se perderam nos anos decorridos. A
sociedade dos Voltijadores da Época, passou a sentir crise financeira, o
amadorismo do teatro, a união da mocidade não se podia extinguir, foi quando
devido a emenda estatutária, passaram para o quadro social do republicano
Recreativo e vários, chegaram a ser Presidente do Clube. Angariando um grande
número de sócios, as famílias se reuniam para apresentarem seus filhos a
sociedade paranaguense. As mulheres em quase todo o mundo lutavam pelos seus
direitos, a tanto almejada igualdade dava breve sinais para o futuro, em 1910
era fundado o Grêmio Íris patrocinado pelo Clube Literário, mas, as moças do
Republicano Recreativo somente 3 anos após é que se uniram para também formar
seu Grêmio que tomou o nome de Crysantemo. Eleita sua primeira Presidente a
Sta. Mariana Baleche, conseguiu levar a efeito alguns eventos sociais, mas em
1915, por razões diversas se extinguiu. No ano de 1900, o Clube editava seu
primeiro Jornal "Clube Republicano" dirigido por Alberico Figueira,
teve vida efêmera. Em 1900, comemorando o 5.° aniversário da associação "
Brisa da Marinha", solicitou a abertura dos salões do Republicano para um
grandioso baile. No dia 17 de julho de 1910, o Grêmio Íris do Clube Literário
realizou um grande baile nos salões do Clube Republicano, onde o maestro João
Rapôso executou pela primeira vez o hino do grêmio Iris. Em 1916, um grupo de
moças, tendo a frente a Sta. Joaquina Tourinho, em reunião na sua residência
resolveram fundar outro Grêmio no Clube Republicano Recreativo. Eleita a
primeira Diretoria coube a presidência a organizadora e a Secretaria a Sta.
Cecília da Rosa. Após a posse da Diretoria, já com a escolha do nome, "
Grêmio Recreativo Myosotis", iniciaram as festas e bailes, sendo que o
segundo baile " Soirée" foi no dia 28 de setembro de 1916. Durante
pouco menos de 20 anos, o Grêmio Myosotis conseguiu dar festas e bailes
imemoráveis, iniciando os animados festejos no Clube. No final de 1935, também
não se sabendo as razões o simpático Grêmio se extinguiu. No ano de 1930, o
Clube Literário sofre um sinistro, o qual destruiu completamente. O Clube
Republicano Recreativo por intermédio de seu Presidente Luiz de Sá Ribeiro
colocou todas as instalações a disposição do Club Litterário, para dar suas
festas e reuniões. Em 1942, durante a comemoração do Tricentenário de
Paranaguá, no dia 31 de julho, foi o responsável pelo baile de encerramento dos
festejos. O Clube Republicano continuava sua marcha gloriosa, os bailes de
aniversário, os carnavais, os bailes infantis, talvez os mais animados de
Paranaguá, lotavam tanto seu salão, que até na escada esperavam para entrar nas
dependências do Clube. Quando da reforma dos Estatutos no ano de 1942, foi
instituído no Clube a parte esportiva. Mas, somente 42 anos após é que se
pensou realmente a dar uma estrutura esportiva e condições para seus associados
participarem.
.Do livro Clube Republicano
1887- 1987 de Milton Miró Vernalha e
Amilton Aquim - pagina n.º 6
LANÇAMENTO DO TÍTULO DE
"SÓCIO BENFEITOR"
No dia 2 de
abril de 1946, o Clube Republicano ainda pagava aluguel, muitas vezes com
dificuldade, foi quando na gestão do Dr. Simão Aisenmann, a diretoria resolveu
adquirir uma propriedade, para isto foi aberto a Campanha dos sócios
Benfeitores, na qual transcrevemos a declaração da diretoria em seu Livro Ouro.
"Estando o nosso Clube vivamente empenhado na aquisição de um prédio para
servir-lhe de sede, encontrando-se as respectivas negociações bastante
adiantadas para a compra do imóvel sito a rua XV de Novembro nº 42 ( ex Hotel
Orestes ) inclusive um sobrado nos fundos a rua General Carneiro, desta cidade,
de propriedade do Sr. Orestes Beltrami, a atual Diretoria do Clube Republicano
apela para o espirito generoso de seus associados no sentido desse enquadrar em
no art. 6, § 39 dos Estatutos vigentes. Declara essa disposição que serão
considerados sócios Benfeitores aqueles que concorrer em para os cofres do
Clube com a importância de Cz$ 1.000,00, gozando dos direitos e prerrogativas
previstas no art. 10 § 79 e 89. Isto posto para a consecução dos elevados
objetivos a que se propõem a atual Diretoria do Clube Republicano sob inspiração
da comissão de compra, dotando o de uma Sede Própria a altura de sua tradição
de quase 60 anos e do progresso da cidade, contamos, digo contam eles com o
solicitado apoio dos sócios que esta campanha se dignarem em subscrever. - Paranaguá, 2 de abril de 1946.
Simão Aisenmann
- Miguel Buffara - Alcindo Braga - Sales Antonio Gebran - Marcelino Rivellis -
Eros Patitucci - Cesar Fagundes - José Maria Cechelero - Azis Saad Gebran -
Lauro Cechelero - Joaquim Pinheiro - Antonio Amatuzzi - Alfredo Salomão - Moises
Henrique Daitchmann - Nemésio Ferreira - Raul Veiga - Calim Paulo- Tanus
Barbosa - Bento Oliveira Rocha- Orlandi Matanó- Miguel C. Cominos -Silvio
Drumond- Manoel C. de Castro - Jorge Borges - Ciro Farah – Savas Nicolau Kaili
- Nagibe Buffara –Aissar Jabur- João Branco –Francisco Coelho -João Barbosa-
Salomão Galperim - Leão Chapaval- Jacob Maron Neto- Foed Cecy- Jacob Berberi-
Nelson Tavares - Ney Pereira Neves- Salim Berberi - José Trigo - Olavo Meister
- Bernardo Meichler - Amim Mattar - Mario Santos- Parasqueva Anastácio- Mario
Correia - Brasílio Abud- João Mattar - João Rieck- Teodoro Lullez - Waldemar
Zétola- Miguel Anastácio- Victor de Oliveira - José Veiga Picanço - José H.
Rocha Filho- Nelson de Freitas Barbosa- Saturnino Cardenas- José Cardoso-
Antonio Falcão Frota- Alexandre Antonio Saad Gebran Júnior- Amintas Pinho-
Alamir Braga Ruiz- Alfredo Cury- Eloy Hartog- Luiz Gutierrez- Alceu Nascimento
–Savio Cardenas- Teobaldo Picanço– Altevir da Costa Soares- Constantino João
Kotzias- Assad Barbosa– Carlos Roberto Risseti– Norberto André Jamnik- Acrísio
Guimarães Filho– Gastão Soares Gomes- Jayme Camargo– Henrique Gutierrez- João
Eugênio Cominese- Olinto Santos- Jorge Pereira Marcondes- Altair Porto
Martinelli –Jorge Barbosa Cecy- Anibal Ribeiro Filho- Frederico Pedroni- Ernani
Cardoso- José Bernardo Ferreira dos Santos- Oswaldo Borba Moura- Jaly Fôes– Domingos
Guttierrez- João Ferraz de Campos- Alcides Pinheiro- Osmar Santos Pereira- José
Pereira- Nelson Miró Vernalha- João Jacob Berberi Filho –Azir Antunes dos
Santos- Almir Antunes dos Santos- Savas Joanides- Agostinho Pereira Alves Fº-
Annibal Seguis Tavares- Ciríaco Mires Vilarinho- Mario Esteves Franco- Paulo
Cunha Franco Fº. –Demétrio João Kotzias- Pedro Chedid Neto- Antonio Fontes- Adriano A. Paiva–
Carlos do Rosário Souza.-Tendo esta
diretoria conseguido com as assinaturas acima o numerário de que necessitava
para realização do fim do para qual moveu para esta "Campanha" da ela
por encerrada pelo que lavro o presente termo de encerramento.
Paranaguá, 17 de abril de 1946 - Antonio Luiz Bittencourt - 1º Secretário.
de Marco Aurelio Cechelero
de Airton Vidal Maron
LANÇAMENTO
DOS TÍTULOS DE SÓCIOS ACIONISTAS
De fato foi um grande
esforço desta diretoria, já se podia pisar em terreno próprio do Clube mas não
havia condições de transferir a sede social, pois a construção do Hotel Orestes
ficou parada durante mais de uma década, e o prédio que dava frente a rua
General Carneiro não apresentava condições devido a precariedade de sua
construção. A inflação tomava conta do Brasil, as propriedades tiveram um
aumento tão alto que deixaria impossível uma associação como o Republicano
adquirir uma propriedade no setor mais nobre da cidade. A diretoria encabeçada
pelo Dr. Simão Aisenmann tornou possível cerca de 10 anos depois, a diretoria
liderada por Constantino João Kotzias iniciar a construção da atual sede. Com a
reforma do estatuto propõem o Presidente a venda de ações para seus associados
bem como a aquisição das mesmas para aqueles que fossem aprovadas suas
propostas para sócios. No dia 11 de setembro de 1956, dava se a reforma dos
estatutos e no artigo 69 do Capitulo III, passaram a figurar as seguintes
categorias de sócios: a –Honorários - b
Beneméritos - c Benfeitores -
d Acionistas - e Remidos - f
Contribuintes - g Temporários - h Ausentes. Até a presente data era
respeitada a categoria de Contribuintes. Autorizada a Diretoria emitir ações,
passou o Presidente acionar o projeto de construção contando com isto com o
sassociados do Clube inscritos no Livro de Ações, o qual transcrevemos: Clube
Republicano Recreativo. Sendo de há muito a grande aspiração do associado
Republicano, contar com a sua sede própria, objetivo este já alcançado, no período
compreendido entre 1946 a 1952, anos em quese verificaram as des marchas para
comprar e legalização da propriedade, tem a atual Diretoria o firme propósito
de dar a seus associados uma sede realmente digna! Este é o objetivo para a sua
consecução esperamos o necessário apoio! Isto posto, iniciam os agora uma
Campanha de sócios acionistas, que lhes asseguram todos os direitos
Estatutarios. A presente missão é composta de 500 ações do valor de Cz$
3.000,00 cada uma o que permitirá o ínicio imediato de já referido construção, e se Deus quiser, em breve futuro o "Clube Republicano Republicano" orgulho e glória da Sociedade do Estado, reviverá, rememorando as grandes festas do passado. A Diretoria. Sub-escreveram
as ações :
Acir Aniceto dos Santos–
Acyr Corrêa –Acrísio Guimarães –Adamastor Pereira Gomes - Adamastor Pinheiro -
Adalberto de A. Maciel - Adalberto M. França– Adevonzir Costa Alves - Adib
Farah Filho Adilson de Souza Pinheiro– Adhémar Thiele Grecca– Adiney Gonçalves
Cordeiro - Adriano Gustavo Vidal– Afonso Amates - Afonso Percegona- Afonso Voss
- Alamir Braga Ruiz - Albino Gonçalves Teixeira – Albino Cezar Richter–
Albertino Ferreira Amorim –Alberto Tavares Júnior - Alberto Ferreira dos Santos
- Alberto Pinho - Alberto Cezar Albini - Alberto Cordeiro– Alceu Claro Chaves -
Alceu Lobo -Alceu Maron– Alexandre A. Saad Gebran Jr –Alfredo Cury– Alfredo
Antunes –Alfredo Salomão – Agapito Athanasio– Aissor Jabur- Airton Claro Chaves-
Algacir Morais -Albino Santos Filho- Aluizio Ferreira de Abreu- Alyrio Porto
Martinelli– Amim Mattar– Amim Mussi– Almir Santos–Almir Santos Antunes - Amosis
Correia Defreitas –Anibal S. Tavares Filho- Anisio José da Silva - Antonio
Dinardi Antonio Percegona - Antonio Jabur - Antonio Greco - Antonio Abud -
Antonio Jorge Tramujas - Antonio Berlim Júnior- Antonio Benedito Cunha- Antonio
Chuchene– Antonio Fontes–Antonio J. Machado Lima - Antonio José Santana Lobo
Netto.– Antonio Assunção–Antonio Starepravo– Antonio C. Morato Baddini– Antonio
de Almeida Telles– Antonio Celso Fernandes– Antonio Amatuzzi Júnior- Antonio
Mauro M. Souza- Antonio da Costa- Altair Porto Martinelli- Alzir Antunes dos
Santos – Alzir Mussi Saif -Aramis Teixeira- Aran Rutz- Ariberto Barnack-
Armando Perseke - Arnaldo de Souza Miranda– Arthur de Souza Pinto- Arthur
da Silva - Augusto Rampowski- Augusto
Rohn- Aurene Pinto dos Santos– Aurecy Vilarim - Aryone Albuquerque Lima –Atilio
Tito da Costa Lobo –Alvaro Correia de Freitas – Azier Pinto dos Santos–Azônio
Cesar da Costa –Aziz Gebran - Bartolomeu Vila Neto –Brasílio Crescencio Pereira
– Brasílio Abud – Caios Eguiberto Portes Tramujas –Calim Paulo –Candido José
Ribeiro –Carl F. N. Litzendorf Jr. –Carlos A. Azevedo Barrozo– Carlos Antonio
Zattar– Carlos Mendes Xavier –Carlos Fernandes– Carlos do Rosario Souza– Carlos
Elisio Neves Vieira da Costa– Carlos Roberto Resseti– Carlos P. de Miranda–
Carmelino Lopes– Célio Oliveira Cesar– Celso Luck– Celso Araujo Marques –Celso
Manoel da Costa –Cezar Alcides Frizzio– Chafic Farah– Cezar Tramujas– Celmiro
Gonçalves de Paula– Cidenes de Paula– Cylu Ernâni Picanço– Cyro Farah– Cláudio Flores–
Clóvis Beraldi– Constantino J. Kotzias –Constantino Nicolau Anastácio– Daver da
Silva Ramos– Delazir Teixeira– Delfin Trigo– Deny Bindo– Denny Truppel– Dib
Chocair Tarran– Diamantino Francisco– Didio Augusto de Camargo Viana– Diemetrif
Mussi– Dimitry Ochrimowicz– Dino Fernandes –Diógenes Pereira Jr.– Dirceu
Loprete Frega –Domingos Gutierrez– Dorciro Nascimento Lima -Dorival Ribeiro
Batista- Dorival Sordo Carlin- Durval Sordo Carlin- Durmicio Gomes Farias –
Edson Lacerda- Edson Vila Branco- Edson Ache –Edgard Pombeiro –Edgard Rauscher-
Edgar da Gama e Silva- Edemir Rocha – Edmundo Odebrecht Filho- Edmundo Correia-
Edilio Vieites- Edilberto Pedroni- Eduardo R. de Andrade – Edelberto Souza–
Eglon Cardenas Mariano– Élcio Nascimento– Elias de Almeida França–Elias Aquim –
Elias Pontajopolis- Eloi Pereira Marcondes –Elpidio Leal dos Santos –Elpidio
Fabrizzi- Emilio Gonçalves– Emilio Pouças Perez– Erasto Vila Branco– Erich
Bernert– Eros de Andrade– Euler da Cunha Mourão– Eugénio Silva– Everton M.
Kugler Rodrigues -Expedito Arnoud
Formiga –Ezequiel Pinto da Silva– Francisco Azevedo Barrozo – Francisco Alves
Guerra -Francisco Munn Vieira - Francisco José Barbosa – Francisco da Gama e
Silva - Francisco José de Paula - Francisco Corrêa Gomes - Francisco Jussi Neto
- Francisco José da S. Pinto - Flávio Luck Júnior – Felipe Nicolau Saad– Felipe
Mattar– Floriano Hartog - Gabriel Percegona– Gilberto Cortese – Gilberto
Gutierrez - Gilberto Lafraia– Gilberto Braga– Glaci Machado Lima –Genaro Régis
Pereira da Costa –Genelicio Marques Porto Fº. –George A. Mourad– Geraldo Moura
de Azevedo - Geraldo Marcondes Martins- Germano Adolfo Hansemale –Gerson Alipio
da Costa– Gustavo Borgias– Hamilton Falavine do Nascimento –Hamilton de Souza
Miranda - Hamilton Cordeiro da Paz - Hélcio Peccini –Hélcio Andrade Torres
–Hélcio G. de Oliveira –Eloy Hartog- Henrique Tavares Chaves Jr. –Henrique
Costa Netto– Heldiberto Leal Reinert- Hilton Buckmann Rocha – Hilton Polidoro-
Hilius F. Macaggi–Hildeu Leal Reinert –
Hinon Patitucci –Host Joachim Messany –Hugo Pereira Correia- Ibantino Valentin
Santos– Ignacio R. S. Pedroso - Iran Milton Crecca – Ismael Nogueira Sigolo
–Italo Pinho –Italo Falconi– Ivan Lapoli –Ivan Pinho– Ivo de Souza e Silva -
Ivo Petry Maciel - Ivo Gabriel da Silva -Jaci Passos -Jacques Chapaval -Jacob
Buffara -Jairo Geraldo Batista -Jaly
Foes– Jamil Buffara –Jamil Miguel Karuta –James Gilson Berlim– Jocelim
Rodrigues Branco– Joel Coelho– Jorge Berberi– Jorge Pereira Marcondes– Jorge L.
Guimarães Barros –Jorge Ainati– Jorge Borges– Jorge Behet – Jorge Cury– Jorge
João Kotzias– Joaquim C. Oliveira Santos –Joaquim Tramujas –Joaquim Henrique
Marques - Joaquim da Costa Pinheiro– Joaquim Baddini– Joaquim do A. Sampaio–
João Gilberto Panzetti –João Staniscia- João Manoel Luiz - João Leónidas Villa
- João Bosco – João Savas Lopes - João
Riech - João R. Castilho Pereira - João Pires Arantes - João da Paz Filho– João
Helio Alves– João Elisio dos Passos –João Eugenio Cominese –João Kirilla –João Alberto
Cancela– João A. Souza Filho - João J. Berberí – João Candido Pinto Fº.– João
Baptista de Macedo –João Batista Villa– João Antonio Ribeiro - José da Rocha– José
Luiz -José Alves Cardoso – José Alves Maia -José Azevedo Barrozo– José F.
Caldas– José Carlos Rohn –José Raimundo Silva– José Ribeiro Vieira –José
Lacerda Santos– José Abilio Coelho– José de Campos– José Martins do Carmo– José
de Sá Pedrosa Jr. –José Silva Leski– José Rizental–José Vicente Elias –José
Nascimento Lima– José Roberto C. Carvalho –José Fernandes Dias Netto– José Dias
de Oliveira –José Carlos de Almeida– José de Souza Pinheiro – José Kravitz– José
Carlos Teixeira– José Dâmaso de Oliveira –José Cunha– José Luiz P. Rebello
–José A. Temporão– José Martins Botelho– José Laertes Rizental– José Brasileiro
Pinto– Laertes Silva – Landi Ferreira Dutra– Leolir da Costa Souza –Laudelino
Pereira Carvalho –Laureny A. Schen Costa –Laurival Luz da Silva - Lauro Banto
de Amorim - Lauro Teixeira - Laury Lourenço Pereira - Leão Chapaval– Leão
Salomão –Leopoldo Heerem– Leones Pires Batista– Leocadio Maia– Leonel Ricardo
Curcio– Loerny A. Schen Costa –Lucas Alves Carneiro –Luciano Sigolo– LuizC esar
- Miguel Buffara– Luiz Carlos Leandro –Luiz Gastão Fonseca Corrêa– Luiz da
Silva Berlin –Luiz Verese Veiga– Luiz da Costa Alves– Luiz F. Cardoso Jr. –Luiz
G. G. Nascimento - Luiz Carlos Pereira– Luiz da Silveira Vieira –Luiz
Gutierrez– Lupercio da Silveira –Luiz R. Picanço Pinheiro –Luiz Teixeira da
Silva –Manfredo Cominese– Manoel de Brito Martins –Manoel S. Tavares Fº -
Manoel Alves da Rocha– Manoel N. Sobrinho –Manoel Pedro Mamoré –Manoel Tramujas
–Manoel Lucio Lobo –Manoel Mun Cordeiro –Manoel L. Bartolomeu– Manoel Novoa
Rodriguez –Marcelino Silva Rivellis –Marcelino Morozowiski –Marcio Raucher– Marcos
Moises Salomão –Marcus A. Faria Vidal – Mario Zacarias –Mario de Oliveira
Perna– Mario Pinto do Nascimento –Mario Villa –Marino Pelegrini – Marçal
Marques –Mauricio Vitor de Souza -Mauro
Lobo Nogueira –Mauro B. de Oliveira– Massad Nassar –Massad Buffarah –Max
Garmatter Jr.– Mohamade A. Abou Fares –Miguel Leandro –Miguel A. Richter–
Miguel Scheetz– Miguel Guimarães Grassi– Miguel Barbosa Cecy– Miguel João
Kotzias –Miguel Angelo Fusco– Miguel Buffara– Miguel Berberi– Miguel Anastácio–
Micodão Nicodemos Majczak -Milton Amatuzzi– Moacir Alves Cordeiro –Moacir
Santos Cabral– Moises H. Daitschmann– Mucio Silva– Murilo Paiva Marques– Nagibe
Muce– Nagib Barbosa– Nagib Antunes– Nelson Tavares Leal– Nelson Missaél Chaves –Nelson Jajura Borges– Nelson
Buffara– Nicolau Jabur– Nicolau M. Anastácio Netto– Nilande Dutra dos Santos–
Nilson Pereira Neves– Nolan Riech– Norberto André Jamnik– Nivaldo Gonçalves
–Odemar Santos– Oliver S. Gonçalves– Olivio José de Souza– Omar Albano Bastos–
Orestes T. de Azevedo –Oscar Amaral Bentes– Osmar Santos Pereira– Osiris Volnei
Gebran– Otávio Camargo Lima– Otto Villar Cabüó– Ozeas C. Mello Netto– Paulino
Pioli– Paulo Eduardo Moraes– Pedro Luiz– Pedro Miguel Cecy –Pedro Claro Chaves–
Péricles F. Frota –Plinio Carneiro da Silva– Raul M. Chapaval– Raul Leone–
Régis Constantino– Renato Leone– Renato Acyoli Veiga– Renato Thomas Nascimento
fº- - Rene Moreira –Roberto Baleche -Roberto Raby Bobi– Roberto Maffei– Roberto
Ferreira Santos– Roberto Fontes– Roberto Arthur Saad– Roberto Acyoli Veiga–
Rodolfo Grani– Rogério D. de Souza– Ronaldo P. Rodrigues– Rosalvo D. Destefano
–Rubens Aramis Granato– Rubens Foes– Rui Antonio Lopes– Rui Carneiro– Rui
Hultmann –Sabino Ferreira Canário– Salomão Galperim –Salvador Trefli Buffara–
Salvio E. José da Silva –Savio Cardenas– Saturnino Cardenas –Sebastião Corrêa–
Segismundo Gonçalves– Sigurd A. Martin Eltvedt –Silfredo Veiga– Silvadávio N.
Ribeiro– Silvio M. de Oliveira– Simão Aisenmann– Soda Mattar –Stenio Nico–Tanus
Jorge Barbosa– Tapyr Lopes –Theodorico Athanazio–Teodocio Atherino– Tomé Gabriel
Sobrinho– Túlio L. Pinho– Vasco Carneiro dos Santos –Vicente Maceno Luciani–
Vicente C. de Oliveira– Victor H. Souza Costa –Waldemar Barletta– Waldomiro F.
de Freitas –Walter Ezequiel Coelho –Walter Martins Da Costa– Walter Evoin Lay
–Walter Vicente Bassanezi– Walter Gomes Corrêa– Walter Farias Lacerda –Walter
de Souza Pinheiro –Wilson Gonçalves da Luz– Wilson Diniz –Wilson Junqueira
–Wilson Luciano – Wodziemiecz E. Nizio –Zemir Pereira Werner. -.Todos os sócios
Acionistas são Remidos, em 21 de agosto de 1987.
em cima
esq/dir. Alcindo Braga, Angelo Maria Patitucci, Dr. Nelson Buffara, Lucas Alves
Carneiro -embaixo, Mucio Silva, Dr. Roberto Fontes, Constatino João Kotzias,
Calim Paulo e João Fernandes.
Baile de
inauguração da nova sede própria do Clube Republicano – dezembro de 1958
Nenhum comentário:
Postar um comentário