ALBINO JOSÉ DA SILVA Nasceu em Paranaguá em 19 de
janeiro de 1850. Era filho de José Manoel Marques da Silva e de Dona Maria
Francisca Gonçalves Marques da Silva. Seria tudo na vida, incluindo político,
negociante, comissário de polícia, professor, fazendeiro, administrador das capatazias
do Porto de Paranaguá, jornalista, fundador de diversos periódicos, deputado
estadual, abolicionista ferrenho, republicano, poeta, delegado literário do
ensino, prefeito municipal em São Pedro de Itararé, onde fundou o Clube de
Leitura, educador e libertador de escravos. E diga-se que no desempenho dessas
missões, algumas de enlevo espiritual, outras de sacrifício, sempre se houve
com galhardia e brilhantismo. Uma infância cheia de dificuldades e, órfão de
pai com apenas cinco anos de idade, bem cedo enfrentou as durezas da vida,
passando a residir na casa de um tio que lhe deu tratamento severo e
cruel. Logo que pôde, abandonou a casa
de seu tutor, deixando o litoral e alcançando o planalto curitibano em busca de
novos horizontes. Em companhia de João Carvalho de Oliveira, dedicou-se ao
comércio, seduzindo os clientes a tocar viola ante um círculo de admiradores,
daí advindo o apelido de Albino Viola. Mesmo sem ter alisado os bancos
escolares, revelou-se poeta e, depois, jornalista, fundando seis jornais pelas
cidades por onde passou: O Escolar e O Guaíra, em Campo Largo; O Diabinho, em
Curitiba; Pátria Livre e Leitura Popular, em Paranaguá e Ponta Grossa. Publicou
um único livro de poesias, Flores Campesinas, alguns folhetos e contos. Casado
com a campo-larguense Rosinha, seus nove filhos herdaram-lhe o nome honrado e a
inteligência. Cinco deles, Niepce, Zeno, Aldo, Ciro e Alda participaram da
fundação do Centro de Letras do Paraná. Entregou-se à tarefa de lutar contra a
escravidão chegando, muitas vezes, a ocultar em sua residência os escravos que
fugiam do cativeiro, sofrendo pelo gesto altaneiro perseguições políticas. Certamente um dos mais estusiastas
propagandistas do regime republicano no Paraná, em Paranaguá, o Clube
Republicano o qual foi seu presidente e o jornal Pátria Livre, este com
excelentes colaboradores, como Leôncio Correia e Emiliano Pernetta. Faleceu aos
55 anos de idade, em Ponta Grossa, em 24 de junho de 1905.
FONTE DO CLUBE REPUBLICANO
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