Jorge Lacerda (Paranaguá, 20 de outubro de 1914 — São José dos Pinhais, 16 de junho de 1958) foi um político brasileiro filho de
imigrantes gregos. Foi governador de Santa Catarina, de 1956 a 1958. Estudou
medicina na Universidade Federal do Paraná. Também cursou direito na Faculdade de
Niterói, antes de entrar definitivamente
para a política, sendo foi duas vezes deputado federal. Jorge
Lacerda morreu em um acidente aéreo aos 43 anos idade. No mesmo desastre também
morreram Nereu Ramos e Leoberto Leal.Filho de imigrantes gregos, Komninos Giorgis Lakierdis e
Anastácia Joanides Lakierdis, da Ilha de Kastelorizon, Jorge Lacerda nasceu em Paranaguá, em 20 de outubro de 1914. Ele
iniciou seus estudos primários na Escola Paroquial de Paranaguá, em 1922, cinco
anos mais tarde, em 1927, ele fez o ginasial no Colégio Catarinense, em
Florianópolis. Em 1932 ele ingressou no Partido Integralista, onde ele conheceu
os intelectuais da época: Plínio Salgado, San Thiago Dantas e Augusto Frederico
Schmidt. Jorge Lacerda formou-se em medicina em 1937, pela Faculdade de
Medicina do Paraná. Viveu por muitos anos no Rio de Janeiro, onde foi
jornalista da área de cultura e oficial de gabinete do ministro da Justiça Adroaldo Mesquita da Costa. Em 1940, na Capital da República, ele trabalhou no jornal “A
Manhã”, sendo assessor do diretor Cassiano Ricardo.Bacharelou-se pela Faculdade
de Direito de Niterói (RJ) em 1949. Elegeu-se deputado federal pelo PRP em
1950, para a 39ª legislatura (1951 — 1955), reeleito
em 1954 para a 40ª legislatura (1955 — 1959); Casa-se
com D. Kyrana Atherino - 1942, também de descendência grega, e nascem duas
filhas: Irene e Zoê. Nove anos depois nasceria Cristina. É médico do antigo
Serviço de Assistência aos Menores - SANDU; Em 1945, é candidato a deputado
federal por Santa Catarina, pelo Partido de Representação Popular – PRP, a
antiga Ação Integralista Brasileira. Tem boa votação, mas não se elege por não
ter a legenda partidária necessária; No jornal “A Manhã”, funda e assume a
direção do Suplemento “Letras e Artes”, em 1946. Tem como colaboradores escritores
e artistas de renomes nacionais: Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira,
Raquel de Queiroz, João Condé, Louis Wiznitzer, Brito Broca, Ledo Ivo, Lygia
Fagundes Telles, Dinah Silveira de Queiróz, José Lins do Rego, Santa Rosa...
Este seria uma adaptação do antigo Suplemento “Autores e Livros”, de Múcio
Leão, pertencente à Academia Brasileira de Letras. Agora o Suplemento enfocaria
todos os tipos de artes, não só a literatura, mas também o cinema, o teatro, a
pintura, a filosofia... Jorge Lacerda dirige um espaço que não distingue a
concepção política. Quando a pessoa realmente tem uma vocação artística, ela é
divulgada. Não importando se é comunista, como no caso de Portinari, ou da
situação (governo do General Dutra). Além do enfoque nos acontecimentos
culturais, há, ainda, um espaço para os novos escritores divulgarem os seus
trabalhos. Com uma nova edição jornalística e abrangendo todas as classes de
artistas, o Suplemento “Letras e Artes” representa um marco importante na
literatura brasileira; Assessor do Ministro da Justiça Adroaldo
Mesquita da Costa – 1948. Numa época em que o país vive o período do pós-guerra
contra a Alemanha, Jorge ajuda os imigrantes e empresários catarinenses do Vale
do Itajaí; Cola grau na Faculdade de Direito de Niterói – 1949; Deputado
Federal em 1950, pelo Partido de Representação Popular – PRP, agora em
coligação com a União democrática Nacional – UDN. Consegue a reeleição em 1954.
Jorge viaja com freqüência para o interior de Santa Catarina, para ouvir a
população mais distante da Capital. E incentiva a montagem de maquinários de
hospitais em cidades distantes dos grandes centros urbanos: Itapiranga,
Ituporanga e Caçador. Plano do Carvão Nacional (verba para a extração do carvão
e incentivo aos mineradores); Discurso da Dragas (reforma dos portos
brasileiros). Os portos eram abandonados e sem a devida importância para o
escoamento da produção; Projeto de verba para a construção do Museu de Arte
Moderna do Rio de Janeiro – MAM. Antes, o Museu funcionava em prédio anexo ao
prédio da imprensa municipal. Jorge Lacerda se candidata ao governo de Santa
Catarina, pelo PRP, novamente em coligação com a UDN, em 31 de janeiro de
1956.Criação da Sociedade Termelétrica de Capivari – SOTELCA, em 1957, usina
termelétrica que garantiria a independência energética do Estado. Sendo,
depois, a usina geradora da ELETROSUL. Hoje, o nome da usina é Termelétrica
Jorge Lacerda, e com a administração da empresa Tractebel Suez. Sendo a maior
termelétrica da América Latina, com uma capacidade de produção de 854 MW de
energia; Construção de 48 escolas no Estado. Incluindo o Instituto Estadual de
Educação, atualmente com 7.000 alunos. São iniciadas as bases para a construção
da Universidade Federal de Santa Catarina e, ainda, a criação e denominação da
Faculdade de Engenharia de Joinville-FEJ;Construção de 50 pontes e 10 estradas,
como a conclusão da primeira estrada asfaltada estadual, ligando Blumenau à
Itajaí e reforma da estrada D. Francisca, que liga a BR-101 à São Bento do Sul;
Construção do Fórum de Tubarão, da Coletoria de Joaçaba e o Edifício das
Diretorias em Florianópolis;Construção de diversas obras isoladas: 4 delegacias
de polícia, 7 postos de saúde, instalações da Maternidade Carmela Dutra, uma
usina emergencial de energia, uma subestação transformadora, um posto de
puericultura, uma residência e 4 prédios para o DER.O seu governo é marcado por
uma reestruturação em termos gerais da administração. Quando recebeu o governo
das mãos do ex-governador Irineu Bornhausen, o saldo na balança financeira
estadual era positivo. Fato que continua até o final de seu governo e do
vice-governador Heriberto Hülse. Que tomaria posse no seu cargo, logo após o
seu falecimento. O Estado de Santa
Catarina entra em acordo com Rio Grande do Sul, Paraná, e São Paulo, através
dos governadores Moisés Lupion, Ildo Meneghetti e Jânio Quadros. Para agilizar
o tráfego e aquisição dos produtos advindos de seus Estados. Com o governador Ildo Meneghetti, inicia-se
um estudo para o aproveitamento da bacia hidrográfica do rio Uruguai. Todos os
municípios recebem pontualmente os 5%, na distribuição das verbas estaduais,
como constante no artigo 5º da Constituição Federal. São Paulo é um dos únicos
Estados brasileiros a honrar este compromisso, e pagando apenas 4% da cota. Acontece o maior aumento do funcionalismo
público estadual, com 70% dos seus vencimentos.
Jorge Lacerda mostra, em 31 de janeiro de 1958, ao completar 2 anos de
governo, as realizações de sua administração no Teatro Álvaro de Carvalho, em Florianópolis. Com exposições de fotos das obras em execução
em todo o Estado. Na área cultural há um
incentivo a todas as classes de artistas. O governador viaja para São Paulo,
onde financia a apresentação da Ópera Anita Garibaldi, do maestro Heinz Geyer,
no Teatro Municipal de São Paulo. No cinema, tem-se o apoio do governo para a
gravação do primeiro longa-metragem catarinense: “O Preço da Ilusão”, de Armando
Carreirão e Salim Miguel. Que, também, fazem parte do Grupo Sul e lançam, com a
ajuda do governo, a Revista Litoral. É nesse governo que acontece a reforma do
Museu de Arte de Santa Catarina. Em 18 de abril de 1958, é publicado no Diário
Oficial, o Decreto nº7, para a construção da nova Biblioteca Pública Estadual
de Florianópolis, com Centro de Pesquisas, no pátio do Palácio Cruz e Souza.
Este projeto é elaborado no Rio de Janeiro, pelos arquitetos Oscar Niemeyer
Filho e Flávio de Aquino. Este fato não
fora concretizado, entre tantos outros, como a usina siderúrgica de Laguna.
Devido à morte prematura do governador.
É feito o primeiro Levantamento Aerofográfico de Santa Catarina. Para
auxiliar na expansão das estradas e nos estudos das bacias hidrográficas. Santa
Catarina colabora com a madeira e com provimentos alimentícios para a
construção de Brasília, a nova Capital Federal. No dia 15 de junho de 1958, a
convenção do PSD, em Florianópolis escolhe Carlos Gomes de Oliveira para
candidato ao senado. Antes eles teriam escolhido Plínio Salgado. Jorge Lacerda
mostra-se surpreso, pois saberia desta opção. Isto é, um candidato ao senado
sendo o presidente do seu partido e pertencente a uma chapa de oposição a sua.
Jorge deveu muito sua eleição a Irineu, que seria o candidato da UDN ao senado.
E resolve viajar no dia seguinte, em 16 de junho, na segunda-feira, para São
Paulo e conversar com Plínio a respeito da convenção do PSD. Nessa viagem,
Jorge também iria conversar com o prefeito de São Paulo Jânio Quadros sobre
questões políticas. Regressaria na próxima quarta-feira, acompanhando o
presidente Juscelino, que viria a Santa Catarina assinar em Criciúma as bases
da construção de uma usina siderúrgica na cidade de Laguna. Acontece, então, o
fatídico acidente envolvendo as três maiores figuras políticas do cenário
catarinense. Jorge Lacerda morre aos 43 anos em acidente de avião em Curitiba,
juntamente com o ex-presidente e senador Nereu Ramos e o deputado federal
Leoberto Leal, em 16 de junho de 1958. Hoje são encontradas no Estado diversas
homenagens a Jorge Lacerda, incluindo a Termelétrica
de Capivari, rodovias, praças, escolas, e até
mesmo um município com o nome de Lacerdópolis.
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