quinta-feira, 30 de junho de 2016
DOMINGOS VIRGÍLIO DO NASCIMENTO
Domingos Virgílio do Nascimento, Nascido em Guaraqueçaba, em 31 de maio de 1862, foi um dos fundadores
do Centro de Letras do Paraná e membro também da antiga Academia de Letras. Nas
sessões do Centro de Letras, sempre comunicativo, risonho e franco, não
lembrava o severo militar da Arma de Artilharia. Filho de pais pobres,
pescadores, fez as primeiras letras em Paranaguá. Em Curitiba, matriculou-se no
Instituto Paranaense, onde completou com destaque o curso de Humanidades. Daqui
partiu para a Escola Militar da Praia Vermelha. Do Rio foi para o Rio Grande do
Sul, onde se colocou a serviço da propaganda abolicionista e republicana, ao
lado de Júlio de Castilhos, Borges de Medeiros e outros. Proclamada a
República, regressou vitorioso à terra natal, com o curso das Três Armas, como
tenente. Militar, poeta, prosador,
jornalista, político, inventor e industrial, suas crônicas se encontram nas
páginas amarelecidas de todos os jornais e revistas curitibanos. A sua obra
publicada não é pequena e vale aqui ser citada: Revoadas (versos, 1883); Trenós
e Arruídos (versos, 1887); O Sul (prosa, 1895); Em Caserna (contos militares,
1901); Pelo Dever (discurso, 1902); Flora Têxtil (prosa, 1908); A Hulha Branca
no Paraná (estudo, 1914); Dr. Vicente Machado (estudo político-social, em
colaboração, sem data). A turrice de um superior hierárquico, General Comandante
do Distrito Militar, que o puniu por indisciplina, e uma prisão injusta,
obrigou-o a ensarilhar as armas. Dias depois, em humorísticos alexandrinos,
convidou José Raposo, da revista A Semana, a visitá-lo na jaula: Um animal
feroz, um redator deposto! Tal incidente redundaria em conseqüências
perduráveis para a sua carreira militar.
Grande coração, dono de uma bondade extrema, com carinho atendia os
pedintes, os pobres que o procuravam em sua residência. Trabalhava muito em seu
gabinete de estudo, folheando livros de sua biblioteca pequena e selecionada.
Apreciador da música, era comum vê-lo rodeado dos filhos, a tocarem violino,
violoncelo e piano. Até no último instante da vida teve a energia de exclamar:
Eu sei que morro, mas protesto contra esta morte. Faleceu em Curitiba em 30 de
agosto de 1915.
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