José Pereira dos Santos Andrade, mais
conhecido como Santos Andrade (Paranaguá, 9 de abril de 1842 — Curitiba, 15 de junho de 1900), foi um comerciante, promotor e políticobrasileiro.Filho do comendador Antônio Ricardo dos Santos, foi casado com
Anna Martins de Andrade e teve as filhas Hecilda Andrade Muricy casada com João
Candido da Silva Muricy e Julia Andrade Taborda Ribas casada com Pretestato
Pennaforte Taborba Ribas. Figura de relevo na sociedade paranaense que chegou ao cargo de
vice-presidente da província do Paraná, José Pereira estudou primeiras letras
em sua cidade natal. Já aos 18 anos e longe da família aprendia a vivência de
comerciante no Rio da Prata. Do mercado platino seguiu diretamente para São Paulo e iniciou os preparatórios para
o curso de Direito. Um mal entendido com a família fez com que o curso fosse
interrompido e assim optou a seguir para Minas Gerais e ganhar a vida advogando
como provisionado. Após a pacificação com a família recomeçou a faculdade na
cidade de Recife, aonde
obteve o grau de Bacharel em Direito no ano de 1865. De regresso ao Paraná, foi
nomeado promotor público em Antonina, cidade litorânea.Após alguns
anos no cargo de promotor, cedeu aos
pedidos do pai e tornou-se comerciante em uma firma comercial e nas suas fábricas
de erva-mate, em Morretes e depois em
Curitiba.A nova carreira, entretanto, não
o proibiu de exercer cargos eletivos, elegendo-se deputado provincial em
diversas legislaturas, deputado federal e senador de 1890 a 1895.Como
representante do Paraná na capital brasileira, ajudou a elaborar a Constituição da República dos Estados Unidos
do Brasil que foi promulgada em 24 de fevereiro de 1891. Outro fato marcante na capital foi o manifesto-protesto, contra
o golpe de estado do Marechal Deodoro da Fonseca de novembro de 1891, que Santos de Andrade apoiou e assinou.Na
ocasião da revolução federalista, acompanhou, muitas vezes, o Marechal vice-presidente da
república, Floriano Peixoto, nas visitas de inspeção ao Morro do Castelo e às fortificações
da Guanabara, arsenais de Guerra e da Marinha, e outros pontos de grande risco,
para onde convergiam os tiros da Esquadra revoltada, sob o comando do Almirante
Luís Filipe de Saldanha da Gama. Era então, senador. Apesar de sua posição política, ofereceu-se,
como comandante do 7º Batalhão da Guarda Nacional para seguir na vanguarda da
coluna do General Pires Ferreira. A coluna avançou por Itararé a fim de derrotar o general
revoltoso Gumercindo Saraiva e retomar o Paraná.Deixou sua cadeira no Senado quando foi eleito
para a presidência do Paraná, cargo este que se iniciou no ano de 1896.Foi presidente do Paraná em dois períodos, de 1896 a 1899 e de 1899 a 1900.Santos Andrade iniciou o governo numa época em que se achavam
vazios os cofres públicos, porém, foram anos mais calmos que os anteriores e
com serenidade e justiça, apaziguou ódios e inimizades proveniente da Revolução
federalista de 1893-94. Para que problemas fossem contornados, como a falta de
receita e os vencimentos em atraso dos funcionários, o Dr. Santos Andrade, num
belo gesto de dignidade e humanidade, deixou de receber seus próprios
vencimentos, enquanto não estiveram em dia os vencimentos dos servidores
públicos do estado. Essa remuneração, relegada durante quatro anos, só foi
recebida pelos seus herdeiros, muito tempo depois.No período final do seu
governo teve ocasião de mostrar que quando necessário fosse, sua têmpera seria
de aço, e sua energia das mais notáveis.Em um conflito político e territorial
com o estado vizinho de Santa Catarina na região denominada
"Contestado" e disputada por ambos, uma vez que nesta época a
fronteira não havia demarcação correta, uma coluna da polícia Barriga-verde, embarcada em lanchas e vapores,
tinha a nítida intenção de ocupar terras que pertenciam ao Paraná. Contrapôs
força a força e desarmou os soldados do estado vizinho, arrecadando-se, na
ocasião, todas as armas e munições, em grande profusão, aliás.Através de
coligações políticas no senado, solicitou a ex-colegas da casa que mediassem o
impasse da maneira mais agradável possível, e assim ocorreu, e ambos os
congressos estaduais, paranaense e catarinense, aceitaram o laudo arbitral do
cel. Joaquim Lacerda como definitivo e irrevogável, porém, não por muitos anos.
No início do século XX e já sem a presença do memorável Dr. Santos Andrade este
conflito retornou as páginas dos jornais brasileiros e tornou-se fato histórico
que atualmente é conhecido como "Guerra do Contestado”.A administração do então presidente paranaense terminou em 25 de
fevereiro de 1900. Menos de quatro meses após esta data, falecia, em sua
chácara no Barigui, na cidade de Curitiba, o Dr. José Pereira dos Santos
Andrade, aos 58 anos e 2 meses, de moléstia cardiovascular fulminante. Este
fato ocorreu na terceira sexta-feira de junho do ano de 1900.Como homenagem ao
ilustríssimo paranaense a cidade de Curitiba oficializou a praça em frente ao
prédio histórico da UFPR como “Praça Santos Andrade"
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